Escândalos financeiros têm
ocorrido no mundo nos últimos anos. Consequencia disso pode ser a manobra que
"profissionais contábeis" fazem com os demonstrativos das Empresas,
ou seja, colocam a Companhia numa situação desejada para o mercado acionário
enquanto que os números reais da Entidade não condizem com os expostos nas
demonstrações contábeis.
Para tanto, utilizam das brechas,
lacunas, ambiguidades e omissões existentes nas normas e legislação contábil. A
criatividade é possível devido a um fenômeno que surgiu na década de 80 no
Reino Unido e vêm se disseminando na Contabilidade nos últimos anos, sobretudo
nos Estados Unidos.
Esse fenômeno é a Contabilidade
Criativa, que é uma prática que não infringe os atos regulatórios, contudo,
fere princípios éticos da Ciência Contábil, além de induzir os usuários das
demonstrações financeiras a erros de avaliação da real situação patrimonial da
firma.
Com o uso da criatividade
proporcionada pela Contabilidade Criativa é possível que uma determinada
empresa apresente um resultado positivo nas Demonstrações Contábeis, sendo que
a realidade da Empresa é totalmente adversa, essa ação pode por exemplo trazer
investidores para a Entidade, pode também melhorar suas Ações. Outra situação é
a empresa apresentar um resultado negativo para pagar menos impostos,
distribuir menos dividendos.
Para mostrar menos volatilidade,
a Empresa com o uso da Contabilidade Criativa pode ao longo dos períodos
estabilizar seus resultados, isso dar aos investidores uma visão de que a
Companhia sempre estar nivelada no mercado, não correndo riscos de
instabilidade no Mercado de Ações.
Os exemplos acima prejudicam a
qualidade da informação contábil, a confiabilidade, a utilidade dos relatórios
financeiros e os princípios da contabilidade também são atingidos com as
manipulações efetuadas. A Contabilidade Criativa, apesar de ter um nome bonito
é um mal existente na Ciência Contábil e diversos autores como os tupiniquins
José Paulo Cosenza, Maria Elisabeth Kraemer, Ariovaldo dos Santos e outros
autores espalhados pelo mundo como Oriol Amat, Ester Oliveras, Michael Jones,
entre outros, tem estudado a matéria e mostrado o quão a prática é prejudicial
a Ciência Contábil.
A prática da Contabilidade
Criativa é muito comum em países integrantes ao sistema common law, que é o
regime legal que não se precisa detalhar as regras a serem aplicadas,
prevalecendo a essência sobre a forma.
Quem não se lembra de escândalos
contábeis e financeiros com firmas norte americanas, principalmente a gigante
Enron que pode ter começado com a Contabilidade Criativa e ter migrado para a
Fraude Contábil já que a linha existente entre as práticas é muito tênue.
Existe uma pergunta que não quer
calar, afinal se a Contabilidade Criativa fere princípios e o código de ética
profissional, distorce as demonstrações e induz o usuário das informações
contábeis a erros de avaliação, isso não é fraude contábil?
Não. Do ponto de vista jurídico a
prática é legal, como dito não infringe a legislação, aproveita seus vazios
jurídicos. Porém é condenada por autores da Ciência Contábil que pesquisam a
prática em todo mundo.
Bem,
notadamente a prática é um malefício para a Ciência Contábil e pode ser
propulsora a escândalos financeiros, é nesse sentido que a prática se confunde
com fraude e traz a tona discussões sobre a conduta ética adotada por quem se
utiliza da Contabilidade Criativa.
Por Wellington Dantas De Sousa
Por Wellington Dantas De Sousa
Idealizador do http://www.blogcontabilizando.com
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